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sábado, 18 de dezembro de 2010

A virtude da castidade



A virtude que se opõe à luxúria é a castidade. Por causa da expressão "voto de castidade", muitos pensam que essa virtude esteja reservada para aqueles que não desejam se casar. Isso não é verdade.

A castidade é uma virtude para todos os cristãos: seja para os que ainda vivem num estado de vida transitório como solteiros, seja para os que já estão comprometidos com o celibato ou com o matrimônio.

A castidade é a virtude que permite consagrar a Deus a capacidade de desejar e de amar. E esta é uma necessidade de todo cristão.

Diante da doença da luxúria, a nossa atitude fundamental deveria ser de total confiança na graça de Deus e completa desconfiança de nós mesmos.

São Felipe Neri (1515 – 1595), o grande santo do bom humor, expressava essa atitude numa oração exemplar: “Ó meu Deus, não confieis em Felipe, porque caso contrário, ele trair-vos-á”. Esta confiança em Deus e desconfiança de si deveria ser aplicada não somente à vivência da castidade, mas tambem à nossa capacidade de conhecer a verdade da sexualidade. Quando se trata do mundo afetivo-sexual, o conhecimento da verdade pode ser alcançado, mas geralmente nos deparamos com armadilhas colocadas por nossa afetividade e sexualidade feridas.

Quando falamos de verdade da sexualidade, devemos levar em consideração que a palavra "verdade" pode ser compreendida a partir de dois pontos de vista: de Deus e do homem.

a) Verdade divina – Quando Deus pensa a verdade, Ele cria. Do ponto de vista de Deus, uma coisa é verdadeira se ela estiver de acordo com o divino projeto d'Ele. Antes da existência das coisas, o Todo-poderoso as pensou, e este "pensamento" é a verdade a respeito da criação. Quando uma criatura se afasta dessa verdade, ela está necessariamente se afastando de seu próprio ser. Este fenômeno é conhecido como morte.

b) Verdade humana – Quando o homem pensa a verdade, ele obedece. A verdade não é uma coisa que podemos projetar, inventar ou criar. O homem é uma criatura, por isso, se desejar conhecer a verdade, deverá humildemente mergulhar nas coisas, que já foram previamente criadas-pensadas por Deus. Para o homem, a verdade, neste mundo, estará sempre marcada pelo aspecto da busca e, uma vez encontrada, da obediência. Como já dizia Platão: "Uma verdade conhecida é uma verdade obedecida".

Em resumo, para as coisas serem verdadeiras, elas precisam se adaptar a Deus (a); para o homem conhecer a verdade, ele precisa se adaptar às coisas (b). Mas, com o pecado original, o ser humano desenvolve dentro de si uma tendência de ocupar o lugar de Deus Pai. O homem, principalmente o homem moderno, está farto de obedecer à verdade (b), e se decidiu por construir ele mesmo a "sua" verdade, comportar-se como Deus criador (a).

O fato de o corpo contribuir para o surgimento da paixão pela luxúria requer que ela seja combatida também com remédios que envolvam o corpo. Uma vez que não vivemos isolados como os eremitas, é importante guardar rigorosamente os sentidos, especialmente o olhar e o tato. Quem crê que pode tudo, ouvir tudo e ver tudo se recusa a dominar a própria imaginação e suas necessidades afetivas. Na era da internet, da televisão e do cinema, é necessário mais que nunca escolher aquilo que vemos, para não transformar o nosso mundo interior numa lata de lixo. E apesar de escolhermos o que vamos assistir, devemos saber limitar a quantidade.

O controle do tato também é muito importante. A atitude espiritual diante do toque depende também das diferentes culturas e da sensibilidade de cada pessoa. Por isso se quiser encontrar um critério objetivo, seria oportuno que cada um observasse com sinceridade as consequências dos contatos gestuais nos sinais do próprio corpo e da própria fantasia.

(Artigo extraído do livro "Um olhar que cura", p. 103/104/109/113)

Pe. Paulo Ricardo

Os caminhos de Clara


Recente filme sobre São Francisco lançado na Itália traz cena que faz pensar: Francisco caminha à frente e Clara um pouco atrás. Alguém comenta: “Vejo que segues Francisco!”, ao que ela retruca: “Enganas-te. Sigo caminhos mais profundos.” O santo, ao ouvir o diálogo, sorri, satisfeito.

Qual a razão da alegria de Francisco? Não teria ele preferido ouvir algo como: “Sim, sigo o pai Francisco para toda a vida!”. Certamente não. Na verdade, tal resposta o teria desgostado profundamente. Seu objetivo não era que seus discípulos o seguissem, mas que seguissem Jesus.

Tudo o que Clara e os outros deixaram teve como motivação um amor maior e mais profundo do que tinham uns pelos outros e todos por Francisco: a descoberta radicalmente “convertedora” do amor de Deus. Os abismos inatingíveis desse amor, cuja largura, profundidade, comprimento e altura são incalculáveis e inatingíveis consistiam os caminhos de Clara.

Inevitável pensar, neste outubro, em Francisco e Clara em sua sincera e simples busca do céu pelos profundos caminhos do amor de Deus e vivência do Evangelho. Ao meu redor, a cidade poluída por todo tipo de propaganda política em busca de seguidores. Na imprensa escrita, nos twitters, na TV, nas rádios, esforços de milhares de marqueteiros a serviço dessa ou daquela pessoa que almeja conquistar seguidores.

Ser seguido, hoje, é ter poder de influência sobre as pessoas, é aumentar o prestígio, o poder de barganha, a fama, a boa imagem. Hoje isso vale uma fortuna, além de inflar o ego dos já cheios de si.

O pensamento se volta, então, para a cena do filme. Como Teresinha, também de outubro, Francisco e Clara deixaram tudo: fortuna, juventude, pai, mãe, boa mesa, boa cama, estabilidade, sonhos, planos. Encontraram o amor maior. Andaram na contramão dos que contabilizam seguidores no twitter. Nadaram contra a corrente dos que gastam fortuna para serem seguidos, apreciados, ouvidos, aplaudidos.

Escolheram ser os menores, servos de todos. Teresinha e Clara trilharam o profundo caminho do silêncio, da contemplação, da pobreza absoluta, da castidade e obediência, do radical seguimento de Jesus... e o conheceram e amaram de uma forma que não conseguiram descrever. Ele foi seu tudo, sua plenitude, deixou-se conhecer pelo amar e ser amado.

Francisco trilhou os caminhos da evangelização, do “pessoa a pessoa”, do “porta a porta”. Desposou a Dama Pobreza, a Irmã Castidade, a Donzela Obediência. Foi livre, inteiramente livre. Não se importou com a opinião de ninguém e anunciou Jesus sem medo. Desafios? Sim, ele os teve, não, contudo, a ponto de desanimar no cumprimento de sua missão de serviço à Igreja e aos homens. Quanto a Jesus... conheceu-o e o amou com todas as suas forças, de todo seu coração, com tudo o que tinha e era. Conheceu-o pelo amor recíproco e, segundo o próprio Jesus, ninguém nesta terra conheceu e entendeu melhor seu amor divino.

Sigo caminhos mais profundos”, disse a adolescente Clara. Que diriam hoje as de sua idade? Sigo Jesus através de Francisco, quis dizer Clara. Quem seguimos nós através dos nossos ídolos? Seguramente, ninguém, a não ser eles mesmos. Seguimos caminhos rasos, superficiais, barulhentos, sem peso de vida eterna.

Caminhos mais profundos dão sentido à vida, levam ao céu, são intermináveis e insaciáveis em busca do Senhor que amamos. Supõem silêncio, solidão bendita, oração. Caminhos superficiais retiram o sentido da vida, adoecem, enojam, levam a nós mesmos e, no melhor dos casos, a uma pessoa que nos decepcionará. Supõem ruído e agitação, geram solidão maldita e estéril irreflexão.

E tu? A quem segues? Segues twitters? Segues ídolos? Segues a ti mesmo? Ou segues caminhos mais profundos? Importa responder. Disso depende a qualidade de tua vida, teu caminho para seres tu mesmo, teu amor a Deus, teu céu.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Resposta de Padre Zezinho a uma carta protestante

Advento através de Maria


Ao se pensar no Advento, que é a espera de Jesus, lembramos também da figura de Maria grávida, esperando o Salvador em seu ventre.

Assim como o pecado entrou no mundo através de uma mulher, Deus utilizou-se dela para que a salvação chegasse ao mundo.

Eva, seduzida por um anjo mal, afastou-se de Deus, desobedecendo sua palavra.

Maria recebendo a Anunciação por intermédio de um anjo, encontrou graça diante de Deus obedecendo a sua vontade.

Cumpre-se em Maria a palavra dita em Gênesis: "Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e dela. Esta te ferirá a cabeça enquanto tu tentarás ferir o seu calcanhar" (Gn 3,15).

Eu fico imaginando Maria, primeiro sacrário, com sua barriga enorme, preparando-se para o nascimento de seu Filho. O que poderia passar pela cabeça dela? Quais foram as suas atitudes perante as dificuldades do dia-a-dia?

Maria é um grande exemplo de vivência do Advento!

Que Deus conceda a graça de me preparar neste Advento, aos moldes de Maria, serva fiel, que encontrou tamanha graça aos olhos de Deus.


A gravidade da traição no namoro


Embora no namoro não exista o compromisso definitivo como no casamento, e não seja um sacramento, a traição realizada nesse relacionamento não deixa de ser uma falta grave, especialmente se envolveu um relacionamento sexual com outra pessoa. Neste caso, além da falta da traição, há o grave pecado de fornicação, sexo antes ou fora do casamento vivido por duas pessoas que não são casadas. Não custa lembrar o que disse São Paulo sobre a gravidade desse pecado: “Nem nos entreguemos à fornicação, como alguns deles se entregaram, de modo a perecerem [...]” (I Cor 10,8).

Mas, mesmo que não tenha havido fornicação e a traição tenha sido de outra forma, por exemplo, começar a namorar outra pessoa sem terminar o primeiro namoro, a falta é grave, pois trair alguém é ferir profundamente a pessoa que lhe confiou a intimidade e de certa forma a vida. Toda traição, por menor que seja, deixa marcas e traumas no coração da pessoa enganada.

Muitos jovens têm medo de partir para um novo namoro porque experimentaram a dor de uma traição e temem ser novamente traídos e enganados e sofrem muito por isso. “Será que eu não serei decepcionado (a) novamente?”.

É preciso dizer a essas pessoas que foram duramente machucadas, que lutem contra esse sentimento de medo e de derrota e que enfrentem um novo relacionamento com coragem e sensatez. Não é porque você foi traído uma vez que obrigatoriamente o será novamente; não; as pessoas são diferentes. Aproveite a experiência que você acumulou com essa traição; sabemos que mesmo do pior mal Deus sabe tirar algum bem para os que O amam.

O namoro é um tempo de conhecimento e de escolha, no qual cada um precisa se revelar ao outro e mostrar de certa forma o seu interior. Mas isso há que ser feito num ambiente de fidelidade para que possa acontecer com sinceridade e transparência. O compromisso de namoro pode ser rompido de comum acordo ou mesmo somente por apenas uma das partes, pois não é uma aliança definitiva.

Penso, contudo, que, como todo pecado, a traição também possa ser perdoada se, de fato, o culpado se arrepender sinceramente e der provas disso, mas precisa saber que “o vaso de cristal foi trincado”; a confiança do outro não será mais a mesma porque a marca ficou gravada no coração. Sempre poderá surgir no pensamento da pessoa traída a pergunta: "Será que ele (a) não me trairá novamente?"

Então, se desejamos um namoro belo e íntegro, neste deve haver fidelidade; não pode ser comprometido com sinalizações afetivas para com outra pessoa, mesmo de maneira disfarçada. Ninguém é obrigado a namorar, mas todo (a) namorado (a) é obrigado (a) moralmente a ser fiel ao outro, sob pena de se diminuir diante de si mesmo; é uma questão de caráter, algo que infelizmente hoje não é muito cultivado.

Quem trai no namoro é alguém que não sabe ainda a importância desse relacionamento e que, por isso, faz dele apenas um meio de diversão ou de busca de prazer ou outras aventuras. Traição é sinal de imaturidade e de falta de responsabilidade. É prova de que não se sabe amar; é sinal de egoísmo que aceita destruir o sentimento do outro para viver uma nova aventura amorosa.

Se alguém acha que não está satisfeito com o namoro, então, este pode romper com o compromisso, sem problemas, mesmo que a outra parte queira continuar o relacionamento. Mas o que não deve acontecer é a traição.


Professor Felipe Aquino

Para encontrar a pessoa certa é preciso ser a pessoa certa




É preciso preparar-se para o namoro


Vivemos em uma sociedade que cada vez mais despreza todas as formas de compromisso e de seriedade relacional. Diante disso, experiências de supostas aventuras momentâneas acabam, na maioria das vezes, prevalecendo diante do desejo de se viver um comprometimento sério no namoro.

De fato, em meio às frágeis concepções relacionais existentes em nosso tempo, torna-se cada vez mais difícil encontrar “a pessoa certa” para se viver um sadio relacionamento afetivo. Além do que, neste processo de encontrar a pessoa certa muita paciência e sabedoria são necessárias.

Aqui se aplica concretamente a antiga máxima: “Antes só do que mal acompanhado”, pois, em tais circunstâncias uma escolha errada pode acarretar terríveis e desagradáveis consequências: afetivas, emocionais e existenciais.

Para se encontrar a pessoa certa é preciso antes ser a pessoa certa, ou seja, é necessário estar preparado para tal encontro, para, assim, poder oferecer o melhor de si ao outro.

O namoro é uma realidade para a qual é preciso preparar-se, e preparar-se bem: através oração e vivência dos sacramentos, buscando a própria cura interior, procurando moldar as fragilidades do temperamento, entre outros. Enfim, para ser a pessoa certa para o outro se faz necessário estar bem consigo, com os próximos e, principalmente, com Deus.

E só está realmente bem aquele que não centrou seu coração em si mesmo, mas n’Aquele que lhe é infinitamente superior, dando a Este a total prioridade em tudo o que se é e se faz. O encontro com um “outro” não pode ser a única e cega meta da vida, mas ao contrário, deve ser a simples consequência do encontro com o “Outro”, que confere o verdadeiro lugar para todo e qualquer afeto humano.

Quem ainda não colocou o Sagrado no centro de sua existência não está pronto para viver um relacionamento sadio, pois correrá o sério risco de divinizar o outro, dando a este um lugar devido somente a Deus e, consequentemente, exigindo dele o que somente o Senhor pode lhe oferecer, tornando, dessa forma, a relação pesada e sufocante.

Existem lacunas em nós que somente o amor de nosso Autor poderá preencher, e apenas a partir de um profundo encontro com Ele nossos relacionamentos poderão tornar-se maduros e realmente bem sucedidos.

O amor só pode ser vivenciado com vida e equilíbrio, onde o “Amor” verdadeiramente saciou as fragilidades e vazios do coração.

Vivendo a partir de tais princípios e cuidando sempre e bem do coração, nós nos tornaremos capazes de inaugurar as devidas vias que precederão a tão desejada interação, a ser realizada pelo namoro, e poderemos assim saborear seu posterior êxito e plenitude


Adriano Zandoná Seminarista e Missionário da Comunidade Canção Nova

A juventude é o maior tesouro da humanidade


Em que estado ela se encontra?

“Filhos, obedecei a vossos pais, no Senhor, pois isso é justo” (Ef 6,1).

A juventude é chamada de “a flor da idade”, porque é bela, forte, pujante, cheia de vida e desafios. Mas, muitos jovens estão sofrendo em nossos dias, porque não sabem o sentido da vida e porque não lhes foi mostrada a sua beleza conforme a vontade de Deus.

Muitos ainda não sabem o valor que têm, por isso desprezam sua própria existência e a dos outros. Perdidos no tempo e no espaço, debatem-se, muitas vezes, no tenebroso mundo do crime, das drogas, da violência, do sexo sem compromisso e de outras mazelas.

O maior tesouro da humanidade é a sua juventude. No entanto, em que estado ela se encontra? A quantas anda este tesouro de carne e espírito? Tenho-o visto desprezado, entregue às drogas, ferido pelas armas, destruído pelo álcool, carente de amor e de vida. Que belo tesouro desvalorizado!

O jovem não tem o direito de abandonar-se ou deixar sua vida se estragar; pois ele é a mais bela obra do Criador. Muitos já perderam o magnífico sentido da vida, mas Deus tem um plano e uma vontade para a vida de cada um.

Leia esta estória:

Havia, na Índia, um sábio que desvendava os mistérios da vida das pessoas; ele era assiduamente procurado. Certa vez, um jovem desconfiado e ousado, quis testar a sabedoria do velho sábio. Pegou um passarinho vivo, escondeu-o atrás do corpo e se apresentou diante do homem de cabelos e barbas já brancos.

- O senhor é sábio mesmo?

- Dizem que eu sou.

- Então, responda-me: o que eu tenho em minhas mãos?

- Deve ser um pássaro; jovens como você gostam muito de caçar os pássaros.

- É verdade, o senhor acertou! Parece que é sábio mesmo. Mas me diga, o pássaro está vivo ou está morto?

O sábio agora estava numa situação difícil; se ele dissesse que o passarinho estava morto, o jovem o soltaria a voar; se dissesse que estava vivo, o jovem o mataria em suas mãos sem que o sábio o notasse. Uma cilada de mestre!

- Então, senhor sábio, o passarinho está vivo ou está morto? Responda-me. O senhor não é sábio?

O velho abaixou a cabeça e pensou um pouco.

Depois respondeu ao jovem:

- Depende de você!

Pensativo e cabisbaixo o jovem foi se afastando e, ao longe, olhando para o velho, soltou o passarinho e começou a chorar.

Você jovem tem um passarinho dentro de você. Matá-lo ou deixá-lo viver depende exclusivamente de você, pois você recebeu o dom mais precioso deste mundo: a liberdade. Este pássaro de ouro, que é sua vida, criada à imagem e semelhança de Deus, está em suas mãos. Eu lhe pergunto: o que você vai fazer dela? Depende de você! A vida é sua e de mais ninguém. É o único dom que de fato é inteiramente seu. O resto é seu, mas está fora de você. Não culpe ninguém pela vida que você está levando.

Paul Claudel, um teatrólogo francês convertido, disse que “o jovem não foi feito para o prazer, mas para o desafio”. Só Cristo pode dar ao jovem o máximo. Jesus lhe revela a sua beleza e o seu valor; Ele lhe mostra a grandeza de ser “filho amado de Deus”.

O jovem cristão, como já foi dito, deve honrar os seus pais, como ensina o quarto mandamento; deve ser fiel a seus amigos e irmãos, estudar e trabalhar, nunca perder tempo e jamais jogar a vida fora com coisas vazias. Terá que descansar e pode se divertir, mas de maneira saudável, sem pecar, sem fazer do prazer um fim, mas apenas um meio de descansar e poder viver bem fazendo o bem aos outros.

É na juventude que Deus nos chama a um encontro pessoal com Ele. Para alguns será um chamado para a vida sacerdotal ou religiosa, vivendo no celibato e entregando a sua vida radicalmente a Deus a serviço do seu Reino. Não existe nada mais belo para um jovem do que a vocação sacerdotal. Sem o sacerdote não há Igreja, não há perdão sacramental dos pecados, não há Eucaristia, não há salvação.

O jovem cristão é também um evangelizador; especialmente sendo exemplo no meio de seus amigos, sem ter vergonha de sua fé e de sua Igreja. Hoje é difícil dar testemunho de Jesus, viver como a Igreja ensina, rejeitando o sexo fora e antes do casamento; fugindo das diversões perigosas e de todo pecado; mas, quanto mais isso for difícil, mais necessário será para a sociedade voltar para Deus. O jovem precisa conhecer a doutrina católica, ler e estudar o Catecismo para saber dizer a seus parentes e amigos qual a sua esperança e as razões de sua fé.

Professor Felipe Aquino

Carta de Dom Bosco à Juventude




O demônio tem normalmente duas artimanhas principais para afastar da virtude os jovens



A primeira artinha do demônio consiste em persuadi-los de que o serviço de Deus exige uma vida triste, sem nenhum divertimento ou prazer. Mas isto não é verdade, meus caros jovens. Eu vou lhes indicar um plano de vida cristã que poderá mantê-los alegres e contentes, fazendo-os conhecer quais são os verdadeiros divertimentos e prazeres para que vocês possam exclamar como o santo profeta Davi: "Sirvamos ao Senhor na santa alegria".

A segunda artimanha do demônio consiste em fazê-los conceber a falsa esperança de uma longa vida que permite converter-se na velhice ou na hora da morte. Prestem atenção, meus caros jovens, muitos se deixaram prender por esta mentira. Quem nos garante que chegaremos à velhice? Mas a vida e a morte estão entre as mãos de Deus que dispõe de tudo a seu bel-prazer.

E mesmo se Deus lhes concedesse uma longa vida, escutai, entretanto, sua advertência: "o caminho do homem começa na juventude, ele o segue na velhice até a morte". Ou seja, se jovens começamos uma vida exemplar, seremos exemplares na idade adulta, nossa morte será santa e nos fará entrar na felicidade eterna.

Se, pelo contrário, os vícios começam a nos dominar desde a juventude, é muito provável que eles nos manterão em escravidão por toda a nossa vida, até a morte. Triste prelúdio a uma eternidade terrível.

Para que esta infelicidade não lhes aconteça, eu lhes apresento um método de vida alegre e fácil, mas que lhes bastará para se tornarem a consolação de seus pais, a honra de pátria de vocês, bom cidadãos da terra, em seguida felizes habitantes do céu...

Meus caros jovens, eu os amo de todo o meu coração e basta-me que vocês sejam jovens para que eu os ame extraordinariamente. Eu lhes garanto que vocês encontrarão livros que lhes foram dirigidos pelas pessoas mais virtuosas e sábias em muitos pontos, mas, dificilmente, vocês poderão encontrar alguém que os ame mais do que eu, em Jesus Cristo, e lhes deseja mais a felicidade.

Conservem no coração o tesouro da virtude, porque possuindo-o vocês têm tudo, mas se o perderem, tornar-se-ão os homens mais infelizes do mundo. Que o Senhor esteja sempre com vocês e que Ele lhes conceda seguir os simples conselhos presentes, para que possam aumentar a glória de Deus e obter a salvação da alma, fim supremo para o qual fomos criados. Que o Céu lhes dê longos anos de vida feliz e que o santo temor de Deus seja sempre a grande riqueza que os cumule de bens celestes aqui e por toda a eternidade.

Vivam contentes e que o Senhor esteja com vocês. Seu muito afeiçoado em Jesus Cristo''.

Dom Bosco, presbítero

sábado, 11 de dezembro de 2010

Nossa Senhora de Guadalupe - 12 de Dezembro


Num sábado, no ano de 1531, a Virgem Santíssima apareceu a um indígena que, de seu lugarejo, caminhava para a cidade do México a fim de participar da catequese e da Santa Missa enquanto estava na colina de Tepeyac, perto da capital. Este índio convertido chamava-se Juan Diego (canonizado pelo Papa João Paulo II em 2002).

Nossa Senhora disse então a Juan Diego para que fosse até o Bispo, pedindo que naquele lugar fosse construído um santuário para a honra e glória de Deus.

O Bispo local, usando de prudência, pediu um sinal da Virgem ao indígena que, somente na terceira aparição, foi concedido. Foi quando Juan Diego estava indo buscar um sacerdote para o tio doente: "Escute, meu filho, não há nada que temer, não fique preocupado nem assustado; não tema esta doença, nem outro qualquer dissabor ou aflição. Não estou eu aqui, a seu lado? Eu sou a sua Mãe dadivosa. Acaso não o escolhi para mim e o tomei aos meus cuidados? Que deseja mais do que isto? Não permita que nada o aflija e o perturbe. Quanto à doença do seu tio, ela não é mortal. Eu lhe peço, acredite agora mesmo, porque ele já está curado. Filho querido, essas rosas são o sinal que você vai levar ao Bispo. Diga-lhe em meu nome que, nessas rosas, ele verá minha vontade e a cumprirá. Você é meu embaixador e merece a minha confiança. Quando chegar diante dele, desdobre a sua "tilma" (manto) e mostre-lhe o que carrega, porém, só em sua presença. Diga-lhe tudo o que viu e ouviu, nada omita..."

O Bispo viu não somente as rosas, mas o milagre da imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, pintada prodigiosamente no manto do humilde indígena. Ele levou o manto com a imagem da Virgem para a capela, e ali, em meio às lágrimas, pediu perdão a Nossa Senhora. Era o dia 12 de dezembro de 1531.

Uma linda confirmação deu-se quando Juan Diego fora visitar o seu tio, que sadio narrou: "Eu também a vi. Ela veio a esta casa e falou a mim. Disse-me também que desejava a construção de um templo na colina de Tepeyac e que sua imagem seria chamada de 'Santa Maria de Guadalupe', embora não tenha explicado o porquê". Diante de tudo isso muitos se converteram e o Santuário foi construído.

O grande milagre de Nossa Senhora de Guadalupe é a sua própria imagem. O tecido, feito de cacto, não dura mais de 20 anos e este já dura há mais de quatro séculos e meio. Durante 16 anos, a tela esteve totalmente desprotegida, sendo que a imagem nunca foi retocada e até hoje os peritos em pintura e química não encontraram na tela nenhum sinal de corrupção.

No ano de 1971, alguns peritos inadvertidamente deixaram cair ácido nítrico sobre toda a pintura. Pois nem a força de um ácido tão corrosivo estragou ou manchou a imagem. Com a invenção e ampliação da fotografia descobriu-se que, assim como a figura das pessoas com as quais falamos se reflete em nossos olhos, da mesma forma a figura de Juan Diego, do Bispo e do intérprete se refletiu e ficou gravada nos olhos do quadro de Nossa Senhora. Cientistas americanos chegaram à conclusão de que estas três figuras estampadas nos olhos de Nossa Senhora não são pintura, mas imagens gravadas nos olhos de uma pessoa viva.

Disse o Papa Bento XIV, em 1754: "Nela tudo é milagroso: uma Imagem que provém de flores colhidas num terreno totalmente estéril, no qual só podem crescer espinheiros... uma Imagem estampada numa tela tão rala que através dela pode se enxergar o povo e a nave da Igreja... Deus não agiu assim com nenhuma outra nação".

Coroada em 1875 durante o Pontificado de Leão XIII, Nossa Senhora de Guadalupe foi declarada "Padroeira de toda a América" pelo Papa Pio XII a 12 de outubro de 1945.

No dia 27 de janeiro de 1979, durante sua viagem apostólica ao México, o Papa João Paulo II visitou o Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe e consagrou à Mãe Santíssima toda a América Latina, da qual a Virgem de Guadalupe é Padroeira.


Nossa Senhora de Guadalupe, rogai por nós!

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Santa Cecília, padroeira dos músicos


Dia 22 de novembro, dia do músico, fazemos memória de Santa Cecília, padroeira dos músicos. Saiba sobre sua história e testemunho:


Existe uma mártir da Igreja que nos deixou uma história fenomenal, é padroeira, protetora dos músicos.
Cecília viveu nos primeiros séculos da Igreja, era de família nobre, que tinha muitas posses. Naquele tempo, a Igreja vivia o duro período da perseguição.

Para professar a fé, se encontrar com a Palavra e a Eucaristia muitos tinham que celebrar às escondidas. Muitas vezes, isso acontecia nas casas das famílias e Cecília tinha o prazer de emprestar sua casa para a celebração da Santa Missa.


Cantava maravilhosamente, fazendo com que todos sentissem a presença de Deus, também era instrumentista – tocava piano e harpa. E, por causa de sua beleza externa e também por causa de sua voz, o imperador quis possuí-la; então a convidou para ir até seu palácio e lhe fez esta proposta: "Venha morar comigo aqui no palácio e eu lhe darei tudo que você ainda não pôde experimentar. Quero ouvir sua música e ter você a meu lado". Ela respondeu que não poderia ir, porque estava noiva e amava Jesus de Nazaré. Então voltou para casa, mas começou a ser perseguida pelo imperador para que mudasse de ideia. Mas permaneceu fiel.


Passado algum tempo, ao chegar o dia das núpcias deles, quando partilharia com o esposo o amor que celebraram diante de Deus no leito nupcial, ela faz uma revelação a seu esposo, olhando em seus olhos: "O amor do Senhor me conquistou. Eu te amo também, mas preciso lhe pedir que me permita viver para Ele, mesmo estando a seu lado. Guardando a minha virgindade".


O marido, confuso, mas também tocado por suas palavras responde: "Eu acredito em você se um anjo vier e disser que você pertence a Deus".
Então Cecília se ajoelhou e fez uma oração que seu esposo jamais esqueceu, pedindo a Deus este sinal. Aqui encontramos a espiritualidade do músico, pois a canção, na verdade, é extensão, consequência de toda intimidade que o músico tem com o Senhor.

O anjo então entrou no quarto nupcial e se aproximando do esposo disse: “Ela pertence ao Senhor”. Naquela hora, o esposo consagrou-se também ao Senhor para viver unido a ela formando um casal, mas vivendo os dois castamente para o Senhor.


Mas o imperador não desistiu da jovem santa e depois de matar o esposo de Cecília, pediu-lhe que renunciasse a Deus. Ela negou e ficou presa uma semana, sem nenhum contato com ninguém, não podia nem cantar. Mas permaneceu firme e consciente do que queria, mesmo enfraquecida. Todo músico passa por situações dolorosas, quem não sofre não vive, quem não vive não cresce, quem não cresce não morre e quem não morre não ressuscita.


Depois de ter sobrevivido a um incêndio, tiraram-lhe seu instrumento mais precioso – sua voz. O soldado cortou com uma faca a garganta de Cecília. É conhecimento médico que alguém sofrendo um corte nessa área morre em minutos. Mas, por um milagre, ela sobreviveu ainda por três dias.


Os cristãos que estavam por perto pediram que escrevesse um “testamento”. Cada músico precisa pensar em seu testamento. Nosso Senhor deixou seu testamento na cruz, por meio das 7 palavras. Qual herança você vai deixar? Cecília escrevia as últimas recomendações a seus criados e amigos. Uma delas era que sua casa fosse transformada em uma Igreja e, de fato, hoje a casa da padroeira dos músicos está no subsolo de uma basílica dedicada a ela. Antes de morrer, ela disse, por meio de gestos: “Morro por causa de meu Deus”.


Dê a Deus o seu melhor, como Cecília que não teve medo de dar até a própria vida
. Nós precisamos de cristãos que tenha a coragem de dar a vida, há esperança para o nosso Brasil, há esperança para a Igreja.

Não retenha nada para si, confie, dê ao Senhor o seu máximo. Porque Ele já lhe deu tudo, já fez tudo por você. Músico, não retenha nenhuma nota sequer, dê tudo ao Senhor.


Não espere amanhã, não podemos aumentar um dia sequer na nossa existência. E se for a sua última chance? Renda-se diante do amor de Deus, renda-se diante do tudo que Deus lhe deu. Se você precisa de ajuda, eu também preciso, todos nós precisamos. Mas comece com humildade, uma coisa de cada vez. Comece rendendo-se ao Senhor.



Padre Delton Filho

Comunidade Coração Fiel

Santa Maria Madalena




22 de Junho

Mulher, Porque choras? A quem procuras?

As escrituras do Novo Testamento nos apresentam 7(sete) mulheres que tem o prenome comum de Maria(Mirjam, em Hebraico). O apelido “Madalena ou Magdalena”, se refere à sua origem ou seja de MAGDALA- que fica no litoral oeste do Lago de Genesare.
Sabemos pelos textos sagrados que Jesus nunca tratou as mulheres como subordinadas. O Evangelista Lucas faz menção em sua narrativa que mulheres como JOANA, SUZANA, MARIA SALOME-mãe de TIAGO E JOÃO Evangelista, e MARIA MADALENA, eram discípulas do Mestre.
Segundo, também a tradição, no tempo de Jesus havia nas margens do lago de Genesare uma vivenda chamada Magdala, residência de Maria Madalena uma jovem rica, nobre e de beleza invejável.
Ficando orfã muito jovem e sem alguem que lhe orientasse, adquiriu certa independencia e foi o alvo de interesse de muitos jovens, desde os mais distintos ate os que queriam tão somente se aproveitar da situação.
Os anos se passaram e Madalena, apesar de toda a sua riquesa e seus amores, sentia em seu coração um angustiante vazio. As festas e os prazeres humanos não supriam a solidão, os “ Amigos” ja lhe causavam certa repulsa.
As escrituras nos dizem que o Senhor abomina o pecado, porem ama o pecador. Sendo assim , quis a Providencia Divina que seu olhar cruzasse com o olhar terno e afetuoso de JESUS. Bastou um breve olhar para fazer o gelo de seu coração começar a derreter.
A converssão aconteceu de fato durante um banquete.Madalena aproxima-se do Mestre trazendo em suas mãos , trêmulas , um vaso de alabastro cheio com os mais preciosos unguentos, para, segundo o costume ungir a testa e os cabelos dos que estavam à mesa.
O dono da casa praticamente ignorou a presença de Madalena, olhou para ela com despreso. Com o seu olhar baixo, Maria Madalena se aproxima de JESUS, ajoelha-se a seus pes e diante do Senhor da vida e da morte, derrama lagrimas de arrependimento e dor. Nenhuma palavra consegue proferir… A dor embarga a sua voz!
Prostrada aos pés de Jesus, encharca-os com suas lagrimas e seus unguentos preciosos e enxuga-os com seus longos e belos cabelos…Soluços discretos atravessam o silencio da sala do banquete. Olhares maliciosos voltam-se para ela, o despreso e geral. O unico olhar que lhe importava realmente, era o olhar do Senhor, e este sim lhe foi dirigido cheio de Misericordia .
O Senhor Jesus repreende o dono da casa enaltecendo o gesto de Madalena e a ela dirige as consoladoras palavras:” Muitos dos teus pecados te foram perdoados por que muito amor demonstras-te”.
Os olhos embaçados de Madalena adquirem um novo brilho, o brilho da graça santificadora. Silenciosa se levanta e inteiramente restaurada inclina-se , em gesto de gratidão ao Senhor, retira-se da sala repetindo as palavras do Salvador: “Tua fé te salvou, Vai em Paz”.
Maria Madalena passa a seguir Jesus tornando-se assim sua discipula unida as outras mulheres do grupo. Por certo foram estas discipulas que prepararam a ultima ceia. Foi no momento da Paixão do Senhor que Maria Madalena demonstrou coragem e determinação. Não era possivel abandonar seu Mestre logo naquele momento, a cena da unção e do perdão recebido não a deixavam partir!
Sai correndo ao encontro de JOÃO Evangelhista e de NOSSA SENHORA e foi no caminho do Calvario que encontraram MARIA DE CLEOFAS(concunhada de Nossa Senhora) e sua filha MARIA SALOME( Mãe de Tiago e João).
Tudo acontece muito rapido, o olhar de dor de Jesus encontra a ternura de sua Mãe, a coragem de João, a gratidão de Madalena e a compaixão das outras Marias.
Jesus morre na cruz e dela é descido , ungido e sepultado. De acordo com os três primeiros evangelhos, Maria Madalena e outras mulheres chegaram ao túmulo de Jesus, onde um anjo apareceu a elas e anunciou a mensagem da Páscoa. No Evangelho de João, Maria Madalena primeiro foi sozinha até a sepultura, na manhã de Páscoa. Quando a encontrou aberta, ela chamou Pedro e o discipulo amado (João). Depois que eles saíram, Maria Madalena ficou lá sozinha e chorou; então dois anjos apareceram, mas ela achou que era o jardineiro. Quando ela depois de ouvir o chamado de Jesus: “Maria” ela exclama: ‘Raboni’. Jesus a proibiu de tocá-lo. Maria Madalena imediatamente foi proclamar a ressureição de Jesus.
A narrativa da Páscoa do Senhor apresenta Maria como a Anunciadora primeira da Ressurreição.
Provavelmente Madalena esteve presente no domingo de Pentecostes e como discipula testemunhou o evangelho na força do Santo Espirito.
Uma antiga lenda nos diz que após pentecostes, Maria Madalena teria fixado residência em Marselha e por mais de 30 anos viveu em uma caverna, como penitente.
O amor de Jesus por Maria Madalena foi uma amor divino, um amor misericordioso. O amor incondicional do bom Pastor por suas ovelhas.
Eu Vi o Senhor
Amém!

Santo Rosário


O Rosário é uma oração católica em honra da Santíssima Virgem Maria formada tradicionalmente por três terços. Recentemente houve o acréscimo de mais um terço pelo Papa João Paulo II. Cada terço compreende cinco mistérios da vida de Nosso Senhor Jesus Cristo e de Nossa Senhora. Os mistérios são formados basicamente por um Pai-Nosso e dez Ave-Marias. Cada mistério recorda uma passagem importante da história da salvação, segundo a doutrina católica, e cada terço é constituído por cinco mistérios.

Origem

A oração do Santo Rosário surge aproximadamente no ano 800 à sombra dos mosteiros, como "Saltério" dos leigos. Dado que os monges rezavam os salmos (150), os leigos, que em sua maioria não sabiam ler, aprenderam a rezar 150 Pai-Nossos. Com o passar do tempo, se formaram outros três saltérios com 150 Ave Marias, 150 louvores em honra a Jesus e 150 louvores em honra a Maria.

Segundo uma tradição a Igreja católica recebeu o Rosário em sua forma atual em 1206 quando a Virgem teria aparecido a Santo Domingo e o entregou como uma arma poderosa para a conversão dos hereges e outros pecadores daquele tempo. Desde então sua devoção se propagou rapidamente em todo o mundo com incríveis e milagrosos resultados.
No ano 1365 fez-se uma combinação dos quatro saltérios, dividindo as 150 Ave Marias em 15 dezenas e colocando um Pai nosso no início de cada uma delas. Em 1500 ficou estabelecido, para cada dezena a meditação de um episódio da vida de Jesus ou Maria, e assim surgiu o Rosário de quinze mistérios.
A palavra Rosário significa 'Coroa de Rosas'. É uma antiga devoção católica que a Virgem Maria revelou que cada vez que se reza uma Ave Maria lhe é entregue uma rosa e por cada Rosário completo lhe é entregue uma coroa de rosas. A rosa é a rainha das flores, sendo assim o Rosário de todas as devoções é, portanto, tido como sendo a mais importante. Em quase todas as Suas Aparições, Maria Santíssima exibiu e estimulou a devoção do Rosário; numa delas chegou mesmo a oferecê-lo,a uma jovem leiteira(Aparições de Argoncilhe,Portugal).

Oração e Meditação

A meditação de cada mistério acha sua base na Sagrada Escritura: é opcional a leitura do trecho que narra o que será contemplado, ou a divisão de um ou mais trechos em dez pedaços, de forma que seja lido parte a parte antes de cada Ave-Maria. Em sua maioria, as leituras são dos Evangelhos, mas também há trechos do Antigo Testamento que ajudam a compreender o que se passa na ocasião, ou comentários doutrinários sobre elas contidos nas epístolas. Os dois últimos mistérios (Assunção e coroação) não são do Evangelho, mas profetizados: por exemplo, no Livro de Judite, uma mulher salva o povo; nos Salmos, há freqüentes elogios a uma figura feminina, presentes também no Cântico dos Cânticos; e, definitivamente, no Apocalipse, um sinal nos céus apresenta uma mulher como Rainha, que a Tradição Apostólica, desde os primeiros tempos, afirmou tratar-se de Maria.