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sábado, 30 de outubro de 2010

O Dom da Profecia

“E profetizarão os vossos filhos e as vossas filhas” (At 2,17).

“Aspirai aos dons espirituais, particularmente ao da profecia” (1Cor 14,1).

A profecia é uma mensagem do céu. Mensagem de alegria, de esclarecimento, exortação, encorajamento e esperança. É como um raio de sol que se estende sobre um mundo cinzento ou como uma chuva benéfica que banha a terra árida.

É Jesus que nos quer falar por meio do Espírito. Ele nos quer falar do amor do Pai e dizer-nos que Ele mesmo está vivo e presente, pronto a cuidar de cada um de nós. “Terei ainda muitas coisas a dizer-vos, mas por agora não estais em condições de as compreender. Quando Ele vier, o Espírito da Verdade, guiar-vos-á por toda a verdade. É que não vos falará por si mesmo, mas dirá tudo o que ouve e vos anunciará as coisas vindouras” (Jo 16,12).

Jesus se serve de homens (nem sempre perfeitos, pois é a mensagem que interessa, não o transmissor) para transmitir-nos o que ele tem a dizer. Profetizar, portanto, é falar em nome de Deus. Profecia é uma mensagem especial do Senhor dirigida a uma comunidade ou a um indivíduo, mediante a inspiração direta do Espírito Santo.

Em sentido amplo, todo aquele que nos fala a respeito de Deus, pode ser chamado de profeta. Aqui, porém, falamos da profecia num sentido restrito, como mensagem especial de Jesus, na qual se faz presente a inspiração do Espírito Santo. Trata-se, na verdade, de uma mensagem limitada, quer no conteúdo, quer pelo número de pessoas às quais se destina. E mais: trata-se de uma comunicação de caráter privado, íntimo, pessoal.

Em geral, a profecia pode ser observada durante os encontros de oração. A certo momento, alguém sente a necessidade de dizer qualquer coisa. Ele não formula seus pensamentos, mas as palavras vêm-lhe aos lábios uma após outra. Ele começa a falar na primeira pessoa, de modo seguro e firme, sem qualquer sinal de medo ou hesitação. O fato, as vezes, acontece justamente com uma pessoa que jamais teve coragem de dizer alguma coisa em público. O timbre de voz é sempre o mesmo; varia, porém, a entonação, a ponto de diversificar-se bastante do caráter da pessoa.

Vez por outra, naturalmente, as profecias podem também conter previsões sobre o futuro de uma pessoa ou comunidade, mas o escopo é sempre o mesmo: dar coragem, confiança, esperança e consolo.

As profecias nunca transmitem ordens ou imposições, mas sim, exortações. Mesmo na hipótese de conterem certo caráter corretivo, elas são feitas em palavras que dão conforto e segurança e jamais em termos que levem à depressão ou à humilhação.

Referindo-se a eventos futuros, elas se limitam a desvendar o que deverá acontecer, sem ditar normas de vida para o momento em que as predições se tornarem realidade. O profeta Ágabo, por exemplo, predisse que Paulo seria amarrado e torturado em Jerusalém, mas não lhe disse de suspender a viagem (At 21,10-11).

Autenticidade da profecia

O Apóstolo nos adverte, dizendo: “Não extingais o Espírito, não desprezeis as profecias; mas examinai tudo, retendo o que é bom” (1Ts 5,19-21).

A verdade sempre confina com o erro e, até ao lado de uma profecia autêntica, pode existir uma profecia falsa.

A profecia autêntica deve visar a glória de Deus e brotar da exuberância do amor de Deus. De fato, tratando-se de um dom genuíno do Espírito Santo, a profecia não pode ter outro escopo, senão a glorificação de Cristo e a edificação de seu corpo místico. Vista sob este ângulo a profecia, dom do Espírito Santo, distingue-se, portanto, nitidamente das predições dos magos, dos astrólogos, dos adivinhos, dos espíritas, dos feiticeiros. Para tais pessoas a profecia não é um dom do Espírito com o fito de glorificar o Senhor, mas uma ocupação, um meio de ganhar a vida.

O conteúdo da mensagem ou da profecia, em geral, deve concordar com os ensinamentos da Sagrada Escritura e da Igreja. Caso contrário, a falsidade estaria em evidência. O Espírito Santo não pode contradizer-se a si mesmo.

Os escopos da profecia já foram relatados pelo apóstolo Paulo: “o profeta fala aos homens e diz coisas para edificação, exortação e consolação” (1Cor 14,3).

Finalmente, a profecia tem o escopo de persuadir a qualquer um que Deus está realmente no meio de nós. “Se estiverem todos profetizando e entrar algum infiel ou simplesmente catecúmeno, esse sente-se convencido e julgado por todos, torna-se manifestos os segredos do seu coração e, prostrando-se com a face por terra, adorará a Deus, proclamando que Deus está realmente no meio de vós” (1Cor 14,24-25).

Fonte: O despertar dos carismas

S.Falvo

Irmã Suzana do Coração Agonizante de Jesus, PJC

Preciosissimo Sangue de Cristo, inebriai-nos!



Regurgitam de cânticos as praças e as ruas e a alegria fulgura como o sol na fronte de todos. E vós, anciãos e crianças, saí em cortejo à rubra claridade dos trandões. Amém.

Na presença do Sangue que Jesus Cristo, cravado na Cruz, derramou por inumeráveis feridas, saibamos que fica bem ao menos, pensar nEle com lágrimas.

O velho Adão, com o seu crime, tinha inoculado a morte no coração do homem. Porém a inocência e o extremado amor do novo Adão lhe restituem a vida.

Se o Pai supremo ouviu do alto dos Céus o grito do Filho na agonia, certamente que Se deixou aplacar e nos deu o Seu perdão.

Quem banhar as vestes neste Sangue apagar-lhes-á toda a mancha. E ficará tão formoso na púrpura das cores que igualará os anjos e aprazerá ao Rei.

Que ninguém se extravie do caminho reto. É preciso tocar na meta final, onde Deus, que nos ajuda com a Sua graça, espera por nós com a coroa dos vencedores.

Sede pois propício, ó Pai onipotente, e recebei lá no alto dos Céus os que remistes com o Sangue do Vosso Filho e constantemente confortais com o Vosso Espírito de paz. Amém.

V. Resgataste-nos, Senhor, com o Vosso Sangue.

R. E fizestes de nós um reino para o Nosso Deus.

Loira, burra e, ainda por cima, mulher e velha. Só falta ser pobre

Quem de nós não ouviu, muitas vezes estoicamente, uma coleção de piadinhas sobre loiras burras? Qual internauta nunca recebeu e-mails sobre loiras, sobre burras que, antes de serem uma coisa e outra são mulheres?

Sabe como um homem faz para tirar dinheiro no caixa rápido com um cartão? Sabe como faz uma mulher? Cá, cá, cá... e todos os presentes, tão inteligentes quanto a loira burra, caem na gargalhada ao ouvir a explicação de como ela pára o carro, procura o cartão na bolsa, etc., etc. Sabe aquela da loira que... e nova seção de risadaria de homens e – incrível! – de mulheres. Aqueles preconceituosos e estas, coniventes, sem respeito a si mesmas, sejam loiras ou morenas, tingidas ou naturais.

Sabe que mulher não fica velha, fica loira? Cá, cá, cá... E lá se vai outra seção de risos que bem mereceria ser denunciada a quem quer que seja encarregado de cumprir a lei contra o preconceito – se é que se tem a lucidez de considerar o preconceito contra mulheres, loiras, burras e velhas como preconceito. Talvez não esteja previsto na lei... Bem, a menos que, agora, que a esposa do presidente é loira, resolvamos rever nossos conceitos.

O que será que está escondido atrás de tudo isso? Insegurança dos homens? A idéia pouco arejada de que a mulher é sempre uma ameaça? Ignorância? Sede de popularidade? Vulgaridade? Mesquinhez? Falta de sensibilidade? Vingança? Inveja? Competição? Soberba? Falta de inteligência? Exceto por essa última, não sei, sinceramente! É tão espantoso que coisas como essas aconteçam, em especial no meio de pessoas consideradas educadas e razoavelmente esclarecidas, que uma explicação simplista não conseguiria abranger o fenômeno, a um tempo social, cultural, psicológico, mas, certamente, passível de uma responsabilização pessoal da parte de quem o propaga.

Jesus, em seu tempo, revolucionou o conceito que se tinha da mulher, sobre cujos ombros pesavam inúmeras restrições por impureza e sanções por adultério, ao ponto de não ser contada como gente nos levantamentos numéricos das multidões. O Senhor fez isso porque amou! Eis o segredo! O amor não discrimina, respeita e acolhe!

Embora a literatura traga honrosas exceções de mulheres-ícone das mais variadas virtudes, pinta, igualmente, a figura da mulher como uma bruxa ameaçadora e perigosa, traiçoeira e enganosa, que usa sua irresistível beleza e é capaz de qualquer coisa para enganar e seduzir sua vítima: o homem! Não faltam exemplos no imaginário popular no mundo inteiro. Você já viu algum bruxo, no masculino, em contos de fada? Quem aparece mais, o padrasto ou a madrasta malvada? Quem é o invejoso por excelência, aquele que é capaz de tudo para prejudicar o irmão ou irmã cheios de candura e bondade: o homem ou a mulher?

Ah, o peso do preconceito! Que relação misteriosa consegue unir a cor dos cabelos e o nível de inteligência? Que ligação maliciosa existe entre a sexualidade e a maldade? Que engenho conseguiria perverter a figura da mãe carinhosa e apagá-la a tal ponto que as figuras da mãe e da mulher dissociem-se completamente? Que tipo de raciocínio chega à conclusão de que a mulher velha é feia? Que escravizante bitola afirma que é feia a gorda? Que associação mesquinha conclui que rugas não são belas? Quem inventou que alguém tem que ser belo para ser amado, invertendo a verdade de que se torna belo quem é amado? Que sofisma cruel diria que se é loira e é burra, logo é mulher e, se é mulher, logo é perigosa? Ah! A cegueira egoísta, mesquinha, marginalizante do preconceito! Preconceito contra o outro e – pior! – contra si mesmo!

Falta-nos o amor! Falta-nos o amor! Porque além de tudo isso, a infelicidade de ser mulher, velha, loira e, portanto, burra, tudo isso desaparece como um sopro quando esta loira e velha tem a sorte de ser rica ou influente. Tudo se resolve como num passe de mágica. O raciocínio se reverte: se é loira, logo é burra. Porém, se é loira e rica, logo é a inteligência personificada. Se é velha e tem rugas, logo é feia. No entanto, se é velha, enrugada como ninguém, e rica, meu Deus, é a beleza mais acabada. Pode até ser mulher, não será ameaça, a não ser que o dinheiro dela ameace o meu!

Falta-nos o amor! Falta-nos o amor! O mesmo homem que, quando menino, sangrou com um murro o nariz do colega que xingou sua mãe é o adulto de hoje que, não tendo encontrado o caminho do amor, desrespeita a mulher, merecendo – embora não receba – o mesmo tratamento que deu ao colega na infância.

Loira, burra, velha, enrugada, gorda, feia, pobre e, ainda por cima, mulher. Triste sina a de quem nascer assim no Brasil! Tirando a inteligência, que não conhecemos, e as rugas – esticadas, talvez, pelo plástico que a matou – tivemos, há pouco, uma maria-do-carmo morta, esquartejada e jogada em sacos plásticos para lixo. Não sabemos se era como lixo que se sentia, caso tivesse preconceito contra si mesma. Podemos imaginar, porém, que pelo menos a lixo a mente doentia do plástico a reduziu bem antes de matá-la. Ele, enfermo, fez materialmente o que o preconceito é capaz de fazer intelectual e espiritualmente. Diante disso, as piadas e e-mails são só um sintoma, só a pontinha do iceberg.

Falta-nos o amor! O preconceito tem suas raízes no temor! E temor e amor se excluem, como diz São João, porque o amor é acolhida irrestrita, enquanto o temor é rejeição sem fundamento.

Maria Emmir

Carnaval

Jornal Folha de São Paulo. Dois dias antes do Carnaval, a maior “festa popular” do Brasil, na qual o povo pobre trabalha por um nada e os ricos ganham rios de dinheiro, o que se poderia esperar de uma charge? Nada muito diferente dos temas surrados de aids, camisinha, bebedeira, sexo, samba, adultério, fornicação, mulher pelada...


O leitor assíduo, porém, espantou-se ao deparar-se com o desenho de um alto penhasco sobre o qual enfileiram-se pessoas a tirar, apressadas, a roupa de trabalho e, desprotegidas porque despidas, saltar no abismo. Será erro do jornal? É mesmo uma charge de carnaval?


A surpresa não para por aí: o abismo abriga – pasme! – um grupo de foliões a pular, animado, ao som dos tamborins. Quer espantar-se mais ainda? Pois aí vai: por todos os lados, em altas labaredas, se espalha, em meio aos foliões, o fogo do inferno!


Ironia para com os “puritanos”? Desabafo de um cidadão que não suporta ver sua vida de ponta cabeça por três dias a cada ano? Vingança de alguém decepcionado com a festança? Ataque agudo de esbravejamento ameaçador de pregador de esquina? Não faço idéia. Teríamos que perguntar ao chargista que, certamente, ficaria feliz de ver tantas elucubrações em torno de sua criação. Seja como for, a mensagem foi passada. Sob qualquer ponto de vista que se analise a charge, o Carnaval é o inferno. De qualquer ângulo que seja vista, na visão do autor da charge, jogar-se no carnaval é precipitar-se no inferno.


Corajoso, este chargista! Não teve medo de declarar seu ponto de vista diante da grande industria do carnaval. Não teve medo de ser antipatizado por seu “anti-marketing”, por nadar contra a tsumani nacional que é o carnaval.


Seja qual for a sua motivação, a mensagem, bem clara, vai contra a corrente que afirma ser o Carnaval o céu na terra: céu de prazeres imediatos advindos de orgias, de bebedeiras, de libertinagem, de rixas, de ódio, de devassidão, de impureza, de todos os frutos da carne citados por São Paulo em Gálatas 5. Querendo ou não, foi profeta da verdade que muito poucos conseguem enxergar: o carnaval é um salto no inferno.


Não! Não se trata de moralismo. Longe disso! Não foi moralista nosso chargista e nem estou eu, dedo em riste, praticando uma moral hipócrita. Ele foi profeta, repito. Profeta da verdade. O inferno existe e há gente que vai bater por lá, infelizmente. Muitos desses deram seu primeiro passo em direção ao precipício em alguma folia da vida, iludidos por promessas mentirosas de bem-aventurança fácil e imediata, na qual felicidade é sinônimo de gozo.


O chargista fez profecia. O que faço não é mais que lê-la e atestar que Deus revela a verdade sempre e por todos os meios. Deus fala, fala sempre, fala também por um chargista talentoso, fala ainda que seja em meio à sujeira enlameada dos milhões de camisinhas distribuídas, ainda que seja na dor cruciante do céu pelo avesso que se desmascara na triste quarta feira quando, ainda que seja ouvido, já é tarde demais.

Maria Emmir Nogueira

Os milagres eucarísticos


A revista “Jesus”, das Edições Paulinas de Roma, publicou uma matéria do escritor Antonio Gentili, em abril de 1983, pp. 64-67, na qual ele apresenta uma resenha de milagres eucarísticos. Há tempos, foi traçado um "Mapa Eucarístico", que registra o local e a data de mais de 130 milagres, metade dos quais ocorridos na Itália. São muitíssimos esses fenômenos extraordinários no mundo todo. Por exemplo, Marthe Robin, uma francesa, milagre eucarístico vivo, alimentou-se durante mais de quarenta anos apenas de Eucaristia. Teresa Neumann, na Alemanha, durante mais de 36 anos, também se alimentou somente do Corpo de Cristo.

1 - Lanciano - Itália – no ano 700

Em Lanciano – séc. VIII. Um monge da ordem de São Basílio estava celebrando na igreja dos santos Degonciano e Domiciano. Terminada a consagração, que ele realizara, a hóstia transformou-se em carne e o vinho, em sangue, depositados dentro do cálice. O exame das relíquias, segundo critérios rigorosamente científicos, ocorrido pela última vez em 1970, levou aos seguintes resultados muito significativos:

1) A hóstia, que se transformou em carne humana, segundo a tradição, é realmente constituída por fibras musculares estriadas, pertencentes ao miocárdio. Acrescente-se que a massa sutil de carne humana, que foi retirada dos bordos, deixando amplo vazio no centro, é totalmente homogênea. Em outras palavras: não apresenta lesões, como as apresentaria se se tratasse de um pedaço de carne cortada com uma lâmina.

2) Quanto ao sangue, trata-se de genuíno sangue humano. Mais: o grupo sanguíneo "A", ao qual pertencem os vestígios de sangue, o sangue contido na carne e o sangue do cálice revelam tratar-se sempre do mesmo sangue grupo "AB" (sangue comum aos judeus). Este é também o grupo sanguíneo que o professor Pierluigi Baima Bollone, da Universidade de Turim, identificou na Sagrada Mortalha (Santo Sudário).

3) Apesar de sua antiguidade, a carne e o sangue se apresentam com uma estrutura de base intacta e sem sinais de alterações substanciais; este fenômeno se dá sem que tenham sido utilizadas substâncias ou outros fatores aptos a conservar a matéria humana, mas, ao contrário, ele ocorre apesar da ação dos mais variados agentes físicos, atmosféricos, ambientais e biológicos. A linguagem das relíquias de Lanciano é clara e fascinante: verdadeira carne e verdadeiro sangue humano, na sua inalterada composição que desafia os tempos; trata-se mesmo da carne do coração, daquele coração do qual, conforme a fé cristã, jorrou o Sangue, que dá a vida.

2 - Orvieto - Bolsena - Itália – 1263

Início da Festa de Corpus Christi

A festa do Corpo e Sangue de Cristo remonta ao ano de 1208, quando uma monja, Santa Juliana de Mont-Cornillon (†1258), foi inspirada por Deus a constituí-la e a divulgá-la. O próprio Jesus tinha pedido a santa francesa a introdução da festa de “Corpus Domini” no calendário litúrgico da Igreja. Aconteceu que o padre Pedro de Praga, da Boêmia, ao celebrar uma Santa Missa na cripta de Santa Cristina, em Bolsena, foi surpreendido pelo milagre durante a consagração: da hóstia consagrada caíram gotas de Sangue sobre o corporal. Até hoje ele [Sangue milagroso] está em exposição na belíssima Catedral de Orvieto. O Papa Urbano IV (1262-1264) residia em Orvieto e ordenou ao Bispo Giacomo levar as relíquias de Bolsena à cidade onde habitava. O Sumo Pontífice, então, emitiu a Bula "Transiturus de mundo", em 11/08/1264, na qual prescreveu que, na quinta-feria após a oitava de Pentecostes, fosse celebrada a festa em honra do Corpo do Senhor [Corpus Christi]. São Tomás de Aquino foi encarregado pelo Santo Padre para compor o Ofício da celebração. Em 1290 foi construída a Catedral de Orvieto, chamada de “Lírio das Catedrais”.

3 - Ferrara - 28/03/1171

Aconteceu este milagre na Basílica de Santa Maria in Vado, no século XII. Propagava-se, com perigo à fé católica, a heresia de Berengário de Tours (†1088), que negava a presença real de Cristo na Eucaristia. Aos 28 de março de 1171, padre Pedro de Verona e mais três sacerdotes concelebravam a Santa Missa de Páscoa. No momento de partir o Pão Consagrado, a Hóstia se transformou em Carne, da qual saiu um fluxo de Sangue que atingiu a parte superior do altar, cujas marcas são visíveis ainda hoje. Há documentos que narram o fato: um "Breve" do Cardeal Migliatori (1404). - Bula de Eugênio IV (1442), cujo original foi encontrado em Roma em 1975. Mas, a descoberta mais importante deu-se em Londres, em 1981, foi encontrado um documento de 1197 narrando o fato.

4 - Offida - Itália – 1273

Ricciarella Stasio - devota imprudente, realizava práticas supersticiosas com a Eucaristia; em uma dessas profanações, a Hóstia se transformou em Carne e Sangue. Estes foram entregues ao padre Giacomo Diattollevi e são conservadas até hoje. Há muitos testemunhos históricos sobre esse fenômeno extraordinário.

5 - Sena – Cáscia - Itália – 1330

Hoje este milagre é celebrado em Cássia, terra de Santa Rita de Cássia. Em 1330, um sacerdote foi levar o viático a um enfermo e colocou indevidamente, de maneira apressada e irreverente, uma Hóstia Consagrada dentro do seu breviário para levá-la a um doente em estado grave. No momento da Comunhão, abriu o livro e viu que a Hóstia se liquefez e, quase reduzida a Sangue, molhou as páginas do livro. Então o religioso negligente apressou-se a entregar o livro e a Hóstia a um frade agostiniano de Sena, o qual levou para Perúgia a página manchada de Sangue e para Cássia a outra página onde a Hóstia ficara presa. A primeira página perdeu-se em 1866, mas a relíquia chamada de “Corpus Domini” é atualmente venerada na basílica de Santa Rita.

6 - Turim - Itália – 1453

Na Alta Itália ocorria uma uma guerra furiosa pelo ducado de Milão. Os piemonteses saquearam a cidade; ao chegarem à igreja, forçaram o tabernáculo. Tiraram o ostensório de prata, no qual se guardava o Corpo de Cristo, ocultando-no dentro de uma carruagem, juntamente com os outros objetos roubados, e dirigiram-se para Turim. Crônicas antigas relatam que, na altura da igreja de São Silvestre, o cavalo parou bruscamente a carruagem – o que ocasionou a queda, por terra, do ostensório – este se levantou nos ares "com grande esplendor e com raios que pareciam os do sol". Os espectadores chamaram o Bispo da cidade na época, Ludovico Romagnano, que foi prontamente ao local do prodígio. Quando chegou, "O ostensório caiu por terra, ficando o Corpo de Cristo nos ares a emitir raios refulgentes". O Bispo, diante dos fatos, pediu que lhe levassem um cálice. Dentro deste desceu a Hóstia, que foi levada para a catedral com grande solenidade. Era o dia 9 de junho de 1453. Existem testemunhos contemporâneos do acontecimento ("Atti Capitolari" de 1454 a 1456). A igreja de "Corpus Domini" (1609) até hoje atesta o fato milagroso.

7 - Sena - Itália – 1730

Na Basília de São Francisco, em Sena, pátria de Santa Catarina de Sena, durante a noite de 14 para 15 de março de 1730, foram jogadas no chão 223 Hóstias Consagradas por ladrões que roubaram o cibório de prata onde elas estavam. Dois dias depois, as Hóstias foram achadas em caixa de esmolas misturas com dinheiro. Elas foram higienizadas e guardadas na Basílica de São Francisco; ninguém as consumiu; e logo o milagre aconteceu visto que com o passar do tempo elas não estragaram, o que é um grande milagre. A partir de 1914 foram feitos exames químicos que comprovaram pão em perfeito estado de conservação.

8 - Milagre Eucarístico de Santarém – Portugal (1247)

Aconteceu no dia 16 de fevereiro de 1247, em Santarém, a 65 km ao norte de Lisboa. Euvira, casada com Pero Moniz, sofrendo com a infidelidade do marido, decidiu consultar uma bruxa judia que morava perto da igreja da Graça. Esta prometeu-lhe resolver o problema se como pagamento recebesse uma Hóstia Consagrada. Para obtê-ta, a mulher fingiu-se de doente e enganou o padre da igreja de S. Estevão, que lhe deu a sagrada Comunhão num dia de semana. Ela recebeu a Hóstia, colocou-a nas dobras do seu véu. De imediato esta [Hóstia] começou a sangrar. Assustada, a mulher correu para casa na Rua das Esteiras, perto da igreja e escondeu o véu e a Hóstia numa arca de cedro onde guardava os linhos lavados. À noite o casal foi acordado com uma visão espetacular de anjos em adoração à sagrada Hóstia sangrando. O casal, arrependido e convertido, de madrugada, chamou o pároco e, acompanhados de inúmeros clérigos e leigos, levaram a Hóstia de volta para a igreja de S. Estevão, onde continuou a sangrar durante três dias. Enfim, a sagrada Comunhão foi depositada em um relicário, feito de cera de abelhas derretida, onde permaneceu num cálice até 1340, quando se afirma ter havido um outro milagre – foi descoberto que ficou encerrada numa âmbula de cristal. As manchas cristalizadas de Sangue se solidificaram na cera e constituíram-se nas Relíquias do Preciosíssimo Sangue, como se pode ver ainda hoje, intactas. Próximo da Igreja está a Ermida (casa do casal).

Várias investigações eclesiásticas foram feitas durante 750 anos. As realizadas em 1340 e 1612 provaram a sua autenticidade. Em 5 de abril de 1997, por decreto de D. Antonio Francisco Marques, Bispo de Santarém, a igreja de S. Estevão, onde está a relíquia, foi elevada a Santuário Eucarístico do Santíssimo Sangue.

Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

Dependência Tecnológica


Aceitamos plenamente que a realidade em nosso tempo é o uso cada vez mais frequente, e nas mais diferentes culturas, das tecnologias como forma de comunicação, informação, formação e entretenimento; embora seja um grande desafio gerenciar a quantidade do tempo que passamos diariamente frente a estas máquinas. Muito do nosso trabalho está ligado a equipamentos e softwares que facilitam nossa vida, mas diminuem o contato e o relacionamento humano.

Quando falamos em crianças em plena fase de desenvolvimento, podemos pensar no seguinte: quanto tempo elas ficam on-line, jogando? Qual a frequência de tempo frente ao computador? Já parou para analisar estas questões de família? O tempo é apenas uma forma de “medir” se estamos ou não dependentes, mas há outros fatores a serem considerados.

Há alguns indicadores para saber o quanto uma criança (e até mesmo um jovem) está com dificuldade de trocar o computador [por outra atividade] ou até mesmo tem um comportamento de dependência [ao equipamento], são:

- Quando o jogo ou o uso de mídias sociais como MSN, Orkut etc., torna-se a atividade mais importante da vida da criança, dominando seus pensamentos e comportamentos.

- Modificação de humor/euforia: experiência subjetiva de prazer, euforia ou mesmo alívio da ansiedade quando está no ato de jogar.

- Necessidade de usar o computador por períodos cada vez maiores para atingir a mesma modificação de humor, ou seja, para “sentir-se bem”.

- Fase de Abstinência: estados emocionais e físicos desconfortáveis quando ocorre descontinuação ou redução súbita do uso do computador (intencional ou forçada).

- Vivência de conflitos: pode ser entre aquele que usa o computador excessivamente e as pessoas próximas (conflito interpessoal), conflito com outras atividades (trabalho, escola, vida social, prática de esportes etc.) ou mesmo do indivíduo com ele mesmo, relacionado ao fato de estar jogando excessivamente (conflito intrapsíquico).

Não podemos negar as maravilhas oferecidas pela tecnologia, a facilidade de acesso, a disponibilidade de informações e a realidade que se encontra com este tipo de acesso e relacionamento, porém, cada vez mais frequente se torna a realidade das famílias dividas pela individualidade gerada no uso de tecnologia. Enquanto um fala ao telefone no quarto fechado, o outro está ligado no computador horas sem falar com ninguém, e a outra prende-se à TV, sem parar.

Quantas vezes as crianças, além do uso em casa, deixam de comprar lanche para jogar nas lan houses? São capazes de passar dias inteiros, finais de semana longe do relacionamento interpessoal. O uso do computador e seus jogos, que era reservado apenas como lazer, torna-se praticamente a atividade principal delas. O sono é prejudicado, a alimentação também, pois as crianças comem em frente ao computador sem ao menos saber quanto e o que, gerando obesidade. O isolamento continua e a irritação, por não usar o computador ou imaginar que vão ficar sem ele, se torna imensa, com um grande desconforto emocional.

Como família, é muito importante que possamos voltar nossa atenção para este assunto para que possamos desenvolver crianças e jovens com uma vida mais saudável, favorecendo as relações humanas mais sadias.

Elaine Ribeiro
psicologia01@cancaonova.com

Família, lugar dos valores do Reino de Deus


Quando um casal forma uma família, nasce um novo espaço sagrado no mundo, um lugar reservado por Deus para que os valores do Reino sejam implantados e vividos. Nesta perspectiva, o lar cristão precisa se tornar o próprio Reino de Deus, local de Sua santa morada. Mas isto só é possível com a colaboração dos próprios cônjuges, que têm a missão de implantar este reino de amor, paz e justiça.

O reino do amor começa com o próprio relacionamento do casal, que deve ser construído a cada dia através de gestos de acolhida, carinho, proteção, afeto mútuo, compreensão. Também uma dose de emoção e sentimentos que terão que se renovar no dia a dia, recheado de palavras que elevam a outra pessoa e revelam o que ela tem de mais precioso. Infelizmente, em alguns lares não vemos casais apaixonados e se apaixonando pela aventura de viver juntos, acabam esfriando a paixão do namoro, deixando de lado o prazer sexual como fonte de alegria, relegando isto a busca de prazer às custas do outro. O sexo sem amor é alienante, pois "leva" a pessoa à categoria de “animal”, que quer prazer a todo custo. O componente do amor, enquanto vivência de carinho e de afeto demonstrados, faz a diferença na vida conjugal. O Reino de Deus é repleto de amor, deste amor que se dá mais do que se recebe. Que é mais doação de vida, sacrifício pelo outro do que busca de se preencher pessoalmente. O Reino de Deus acontece quando promovemos o amor e fazemos dele o centro de nossas vidas.

O Reino também é de paz, e esta paz só acontece a partir da presença do Príncipe da Paz, que é Jesus Cristo. Toda família precisa ter como fonte de paz, a pessoa de Jesus. E isto acontece a partir da participação dos membros da família na Igreja: a vivência sacramental. Se fizéssemos uma enquete sobre o assunto, certamente iríamos descobrir que famílias que participam da Santa Missa todo domingo, por exemplo, conseguem conservar a paz e banir a discórdia, as divisões internas, brigas, no interior de seus lares. Não há paz longe de Jesus Cristo, Ele é o Shalom de Deus, paz completa, paz duradoura. Este valor do Reino não se consegue implantar com as próprias forças, mas é fruto da presença de Jesus. Somos cooperadores desta graça, nos expondo e nos colocando na presença de Cristo através da Igreja.

Outro valor do Reino a ser implantado na família é a justiça. Não a justiça de quem pensa em fazer o que é correto perante a lei tão somente. Isto é até fácil, mas a justiça do Reino de Deus é tirar de si e dar ao outro. Tudo que temos e que não estamos utilizando não nos pertence, portanto não é nosso, mas de outro que está precisando. Não podemos reter para nós o que não necessitamos para ter uma vida digna, sabendo que outra pessoa não tem esta mesma vida digna porque não partilhamos com ele o que nos sobra. O Reino de Justiça é o Reino da solidariedade, da partilha, da caridade expressa em ajuda mútua. É bem fácil achar-se justo dentro da nossa individualidade e a partir do egocentrismo que é tão presente na atual sociedade. Na família cristã deve-se viver a fraternidade, para que o mundo seja melhor a partir de cada um de nós.

Tudo isto começa na família, a partir dos conceitos cristãos que precisamos absorver , ensinar os nossos filhos a viverem: o amor, a participação sacramental em busca da paz e a justiça. É esta a nossa missão: implantar o Reino de Deus a partir da formação moral de homens e mulheres, para se tornarem novos para um mundo novo, o que só é possível no ambiente familiar.

Deus abençoe você e sua família.

Diácono Paulo Lourenço

http://blog.cancaonova.com/diaconopaulo/

A felicidade mora no lar


"Os momentos mais felizes da minha vida foram aqueles poucos que pude passar em minha casa, no seio de minha família" (Tomas Jefferson, ex presidente dos EUA).

A maior alegria é colhida, a cada dia, na família. Eu não trocaria por nada toda a vida que vivi em meio aos meus familiares. A alegria de gerar os filhos, educá-los e conviver com eles faz a nossa maior felicidade. Infelizmente, muitos estão enganados pensando que podem buscar a felicidade fora do lar. Não faça isso. Faça a sua vida girar em torno de um lar, pois nada nos faz tão felizes como aquilo que construímos com a nossa vida, com a nossa luta e com a nossa dedicação.

A realidade que mais nos aproxima da ideia do paraíso é o nosso lar. Um homem não pode deixar ao mundo uma herança melhor do que uma família bem criada.

Alguém disse que o mundo oferece aos homens e aos pássaros mil lugares para pousar, mas apenas um ninho. Um homem que não for feliz no lar, dificilmente o será em outro lugar.

O homem percorre o mundo à procura da felicidade, mas volta para casa e a encontra lá.

Leon Tolstói disse que “a verdadeira felicidade está na própria casa. Entre as alegrias puras da família e o carinho da pessoa amada é que somos felizes”. Todo homem pode deixar para este mundo uma grande herança: um seio familiar bem constituído. Terá, então, prestado um grande serviço à pátria e a Deus.

Tudo isto nos ensina que não há autêntica e duradoura felicidade construída fora do lar. Até quando nos deixaremos enganar, querendo buscar a felicidade tão longe, se ela está bem junto de nós? A família é o nosso complemento, a base da sociedade. Nela somos um indivíduo reconhecido e amado; não apenas um número de RG ou CPF.

É no seio da família que cada pessoa faz a experiência própria do que seja amar e ser amado, sem o que jamais será feliz. Quando a família se destrói, a sociedade toda corre sério risco; e é por isso que temos hoje tantos jovens delinquentes envolvidos nas drogas, na bebida e na violência. Muitos estão no mundo do crime, porque não tiveram um lar.

Sem dúvida, a maior tragédia do mundo moderno é a destruição da família. As separações arrasam com os casamentos e, consequentemente, com as famílias. Os filhos pagam o preço da separação dos pais, sofrem com isto. Quando as famílias eram bem constituídas, não haviam tantos jovens envolvidos com drogas e com a violência, com a homossexualidade e depressão. Mais do que nunca o mundo precisa de homens e mulheres dispostos a constituir famílias sólidas, edificadas pelo matrimônio, onde os esposos vivam a fidelidade conjugal e se dediquem de corpo e alma ao bem dos filhos. É isso que dá felicidade ao homem e à mulher.

Infelizmente, uma mentalidade consumista, egoísta e comodista toma conta do mundo e das pessoas cada vez mais, impedindo-as de terem filhos e famílias sólidas.

Ora, é preciso entender que não há, na face da Terra, algo mais nobre e belo que um homem e uma mulher possam fazer do que gerar e educar um filho. Nada pode ser, nem de longe, comparado à vida humana. Nem toda riqueza que há debaixo da terra vale uma só vida humana, porque esta é criada à imagem e semelhança de Deus, dotada de inteligência, liberdade, vontade, consciência, capacidade de amar, cantar, sorrir e chorar. O que pode ser comparado a isto?

Nada pode nos dar tanta satisfação do que ver seu filho nascer, ensiná-lo a andar, falar, escrever e seguir o seu caminho neste mundo.

A felicidade do lar está também no relacionamento saudável, fiel e amoroso dos cônjuges. Sem fidelidade conjugal a família não se sustenta; e esta fidelidade tem um alto preço de renúncia às tentações do mundo, mas produz a verdadeira felicidade. Marido e mulher precisam se amar de verdade e viver um para o outro, absolutamente, sem se darem ao direito da menor aventura fora do lar. Isto seria traição ao outro, aos filhos e a Deus.

Não permita que o seu lar se dissolva por causa de uma infidelidade de sua parte. A felicidade tem um preço; na família, temos de pagar o preço da renúncia ao que é proibido. Não se permita a menor intimidade com outra pessoa que não seja o seu esposo ou sua esposa. Não brinque com fogo.

A grande ameaça à família é a infidelidade conjugal. Muitos maridos e esposas traem os seus cônjuges e trazem para dentro do lar sua infelicidade própria e a dos filhos. Saiba que isto não compensa jamais. Não destrua em pouco tempo aquilo que foi construído em anos de luta. Se você destruir a sua família estará destruindo a sua própria felicidade.

Marido e mulher precisam viver um para o outro e ambos para os filhos. Um poeta disse que viu a mulher na mão do homem como uma harpa que ele não sabia tocar, e ouviu-o queixar-se, porque os sons não eram melodiosos.

O casal precisa saber se perdoar, porque se um não perdoa o outro em suas pequenas falhas, jamais desfrutará de suas grandes virtudes. A felicidade do casal pode ser muito grande, mas isto depende de que ambos vivam a promessa do amor conjugal. Amar é construir o outro, ajudá-lo a crescer, a vencer seus problemas. Amar é construir alguém querido com o preço da própria renúncia. Quem não está disposto a este sacrifício nunca saberá o que é a felicidade de um lar.

O casal precisa ser unido profundamente. Eles devem ser como uma só pessoa. A vida deles deve ser vivida a dois: os mesmos planos, os mesmos projetos, os mesmos valores... Deve ser com a união do café com leite, que ninguém mais pode separar.

Os rios Negro e Solimões se unem para formar o grande Amazonas, e ninguém mais os separa; é assim que deve ser um casal, unidos por toda a vida. Mas isto tem um preço: a renúncia de cada um para viver para o outro. Sem saber dizer não para nós mesmos, não seremos capazes de dizer sim para o outro.

O homem não precisa trocar de mulher para ser feliz. É tão absurdo dizer que um homem não pode amar a mesma mulher toda a sua vida, quanto dizer que um violonista precisa de diversos violinos para tocar a mesma música. Se alguém não sabe tocar violino não adianta trocá-lo.

Aprenda que a felicidade não é conquistar uma mulher diferente a cada dia, ou conquistar um homem a cada dia; mas conquistar a mesma mulher ou o mesmo homem todos os dias.

A felicidade dos pais está na geração e na educação de seus rebentos; porque esta é uma missão do casal, dada por Deus.

Acreditar que basta ter filhos para ser pai é tão absurdo quanto acreditar que basta ter instrumentos para ser músico. Ser pai e ser mãe é muito mais do que gerar filhos, é educá-los em todas as dimensões: física, racional, moral e espiritual.

Uma senhora me disse que os filhos saem da barriga da mãe e passam para a cabeça dela para sempre. É verdade, os filhos são as âncoras que mantêm as mães agarradas à vida. Para educá-los bem, os pais precisam, antes de tudo, de ter tempo para eles e saber conquistá-los; sem isto, eles não os ouvirão e não seguirão seus conselhos. Mas eles devem ser conquistados por aquilo que você é para eles; não aquilo que você dá para eles.

Cada filho é como um diamante que Deus nos entrega para ser lapidado com carinho. Não há alegria maior para um homem do que encontrar alegria em seu filho. E este é a nossa imagem. O filho é educado muito mais pelo exemplo dos pais do que por suas palavras.

Castidade


Tanto o amor virginal como o amor conjugal que são, como diremos mais adiante, as duas formas pelas quais se realiza a vocação da pessoa ao amor, requerem para o seu desenvolvimento o empenho em viver a castidade, para cada um conforme ao próprio estado.

A sexualidade — como diz o Catecismo da Igreja Católica — “torna-se pessoal e verdadeiramente humana quando integrada na relação de pessoa a pessoa, no dom mútuo, por inteiro e temporalmente ilimitado, do homem e da mulher”.

É óbvio que o crescimento no amor, enquanto implica o dom sincero de si, é ajudado pela disciplina dos sentimentos, das paixões e dos afetos que nos faz chegar ao autodomínio.

Ninguém pode dar aquilo que não possui: se a pessoa não é senhora de si — por meio da virtude e, concretamente, da castidade — falta-lhe aquele autodomínio que a torna capaz de se dar. A castidade é a energia espiritual que liberta o amor do egoísmo e da agressividade. Na medida em que, no ser humano, a castidade enfraquece, nessa mesma medida o seu amor se torna progressivamente egoísta, isto é, a satisfação de um desejo de prazer e já não dom de si.

A castidade como dom de si

A castidade é a afirmação cheia de alegria de quem sabe viver o dom de si, livre de toda a escravidão egoísta. Isto supõe que a pessoa tenha aprendido a reparar nos outros, a relacionar-se com eles respeitando a sua dignidade na diversidade.

A pessoa casta não é centrada em si mesma, nem tem um relacionamento egoísta com as outras pessoas. A castidade torna harmônica a personalidade, fá-la amadurecer e enche-a de paz interior. Esta pureza de mente e de corpo ajuda a desenvolver o verdadeiro respeito de si mesmo e ao mesmo tempo torna capaz de respeitar os outros, porque faz ver neles pessoas dignas de veneração enquanto criadas à imagem de Deus e, pela graça, filhos de Deus, novas criaturas em Cristo que “vos chamou das trevas à sua luz admirável” (1 Ped 2, 9).

O domínio de si

“A castidade supõe uma aprendizagem do domínio de si, que é uma pedagogia da liberdade humana. A alternativa é clara: ou o homem comanda as suas paixões e alcança a paz, ou se deixa comandar por elas e torna-se infeliz”.

Todas as pessoas sabem, até por experiência, que a castidade exige que se evitem certos pensamentos, palavras e ações pecaminosas, como S. Paulo teve o cuidado de esclarecer e recordar. Por isso se requere uma capacidade e uma atitude de domínio de si que são sinal de liberdade interior, de responsabilidade para consigo mesmo e para com os outros e, ao mesmo tempo, testemunham uma consciência de fé; este domínio de si comporta tanto o evitar as ocasiões de provocação e de incentivo ao pecado, como o saber superar os impulsos instintivos da própria natureza.

Quando a família realiza uma obra de válido apoio educativo e encoraja o exercício de todas as virtudes, a educação para a castidade é facilitada e liberta de conflitos interiores, mesmo que em certos momentos os jovens possam observar situações de particular delicadeza.

Para alguns, que se encontram em ambientes onde se ofende e se deprecia a castidade, viver de modo casto pode exigir uma luta dura, às vezes heróica. De qualquer maneira, com a graça de Cristo, que brota do seu amor esponsal pela Igreja, todos podem viver castamente mesmo que se encontrem em ambientes pouco favoráveis.

O próprio fato de todos serem chamados à santidade, como recorda o Concílio Vaticano II, torna mais fácil de compreender que, tanto no celibato quanto no matrimônio, possam existir — e até, de fato acontecem a todos, de um modo ou de outro, por períodos mais breves ou de mais longa duração — situações em que são indispensáveis atos heróicos de virtude. Também a vida matrimonial implica, por isso, um caminho alegre e exigente de santidade.

Fonte: Vaticano

Não perca tempo!


Um grande Bispo francês, de Meaux, J. B. Bossuet, falecido em 1704 com fama de santidade, disse certa vez:

"Cada momento de nossa existência, cada respiro, cada batida do nosso pulso, se assim posso dizer, cada clarão do nosso pensamento têm con­seqüências eternas.

Essa história sem igual nos será um dia apresentada e será apresentada a todo o universo."

O tempo que Deus nos concede nesta vida é preciosíssimo; é o nosso maior tesouro.

Cada minuto de nossa existência terrena terá o seu correspon­dente na eternidade, na construção da vida definitiva.

Nossos dias atuais são como que a semeadura dos dias eternos.

Por isso você não pode ficar "matando o tempo"; pois seria o mesmo que estar matando a sua vida aos poucos.

Na verdade, o tempo presente é a única dádiva que nos pertence; o passado já se foi, e o futuro a Deus pertence. Viva intensamente o presente.

Viver é como escrever um livro cujas páginas são os nossos atos, palavras, intenções e pensamentos.

Tudo é registrado nesse livro que um dia, segundo nos revela a Bíblia (cf. Ap 20,12), será aberto perante os nossos olhos como um filme de nossa vida.

Talvez fiquemos surpresos ao verificar que as coisas pequenas, mas vividas com amor; assumiram um valor elevado, enquanto muitos momentos aparentemente brilhan­tes serão comparáveis a bolhas de sabão!

Uma coisa é certa: um dia o Senhor vai nos fazer esta per­gunta: "O que fizeste com o tempo e os talentos que recebeste de Minhas mãos?"

O principal talento é o nosso tempo; se o tivermos usa­do bem, fazendo o bem, ouviremos sem dúvida aquelas doces palavras: "Muito bem, servo bom e fiel, já que foste fiel no pouco, eu te confiarei muito. Vem regozijar-te com teu senhor" (Mt 25,21).

Você não pode desperdiçar sua vida terrena jogando fora o tempo precioso que não volta jamais. Quantos cristãos vivem "matando o tempo", "jogando conversa fora", como dizem, ou simplesmente olhando a vida passar...

O tempo que Deus lhe dá é para você fazer o bem a você e aos outros. A juventude é o tempo da formação e do estudo. Nela você vai definir a sua profissão.

Abrace com toda força as oportunidades que você tiver para crescer nos estudos e numa profissão. As chances que a vida nos dá não são muitas; e se você não aproveitá-las bem, pode chorar mais tarde.

Nunca fique sem fazer nada; ainda que você esteja desempregado ou de férias; pois "mente vazia e desocupada é oficina do diabo".

Queimar os navios

Ficou muito conhecido na história do México o episódio seguinte sobre o seu grande conquistador.

Quando Fernando Cortez, vindo da Espanha no ano de 1519, aportou às praias mexicanas, com algumas centenas de soldados, para conquistar o território, perguntou-lhes quais os que desejavam regressar à pátria, receosos das lutas que os esperavam contra os indígenas do México. Ninguém se apresentou. Então mandou o arrojado aventureiro lançar fogo em todos os navios em que tinham vindo para América, reduzindo-os a cinzas, a fim de cortar rente toda e qualquer esperança de regresso ou de fuga.

Agora era vencer - ou morrer!

É o que deve fazer todo jovem que segue Jesus Cristo: queimar logo os seus navios! Não pensar jamais no regresso a uma vida de pecado e de vícios.

É vencer ou morrer na lama do pecado.

A preciosidade do tempo

Todas as manhãs, são creditados para cada correntista 86.400 segundos.

Todas as noites o saldo é debitado como perda.

Não é permitido acumular este saldo para o dia seguinte.

Todas as manhãs a sua conta é reiniciada, e todas as noites as sobras do dia anterior se evaporam.

Não há volta. Você precisa aplicar, vivendo o presente, o seu depósito diário.

Invista, então, no que for melhor, em bens definitivos e não fugazes.

Sucesso! O relógio está correndo;

Faça o melhor cada dia.

Para você perceber o valor de um ano, pergunte a um estudante que repetiu de ano.

Para você perceber o valor de um mês, pergunte para uma mãe que teve o seu bebê prematuramente.

Para você perceber o valor de uma semana, pergunte a um editor de jornal semanal.

Para você perceber o valor de uma hora, pergunte aos namorados que estão esperando para se encontrar.

Para você perceber o valor de um minuto, pergunte a uma pessoa que perdeu o ônibus.

Para você perceber o valor de um segundo, pergunte a uma pessoa que conseguiu evitar um acidente.

Para você perceber o valor de um milésimo de segundo, pergunte a alguém que conquistou a medalha de ouro em uma Olimpíada.

Valorize cada momento que você tem! E valorize mais porque você deve dividir com alguém especial, especial o suficiente para gastar o seu tempo junto com você.

Lembre-se: o tempo não espera por ninguém.

O dia de ontem é história. O de amanhã é um mistério.

O dia de hoje é uma dádiva.

Por isso é chamado PRESENTE!

A Igreja e a polêmica da "Camisinha"



Por exigência das circunstâncias, o bispo diocesano, por dever pastoral não pode calar-se frente à polêmica, lançada na Opinião Pública, sobre o uso da camisinha.

A CNBB pronunciou-se claramente reafirmando a doutrina da Igreja: "Do ponto de vista da moral católica não é aceitável a propagação do uso do preservativo quando favorece uma vida sexual desordenada, reduzindo a sexualidade a mero bem de consumo e insinuando que o comportamento sexual, quando "seguro", é eticamente indiferente" (Encarte do Boletim Notícias, 528).

O Ministério da Saúde que faz campanha sistemática a favor do uso da camisinha sem nenhuma preocupação com a educação sexual da juventude, atacou a posição da Igreja, em nota oficial, considerando-a anticientífica. Esquece-se de que nem tudo que a ciência pode é permitido pela ética, como, por exemplo, o caso da clonagem humana e tantos outros. Por outro lado, o uso da camisinha não se justifica, apenas em razão da sua eficiência de 65% ou 95%. Há que considerar sobretudo seu valor moral. O que é mais da competência da Igreja que do Poder Público. O fato da Aids ser questão da saúde pública não justifica a campanha indiscriminada em favor do uso da camisinha, incentivadora de um mal maior, a permissividade no uso do sexo que favorece a prática de outros crimes: estupro, adultério...

A nota grosseira do Ministério da Saúde tenta, ainda, dividir a Igreja em cúpula e bases.

Na verdade, somos todos seguidores de Jesus Cristo.

Importante saber o que ele ensina. Ele não veio para abolir a Lei nos seus 10 mandamentos, mas "dar-lhe pleno cumprimento" (Mt. 5,17). Na doutrina católica, a relação sexual entre duas pessoas de sexos opostos se realiza no casamento com dupla finalidade: Uma da procriação e a outra, não menos importante que tem o significado unitivo como exigência do amor, não admite interposição de obstáculo com corpo estranho. "O prazer sexual é moralmente desordenado quando é buscado por si mesmo, isolado das finalidades de procriação e de união" (Catecismo da Igreja Católica, nº 2354). É um dos 7 pecados capitais conhecido como luxúria.

Os sacerdotes recebem a missão de anunciar o evangelho sem estabelecer distinção entre o que pensam e o que ensina a Igreja em questões de fé e moral. Devem pensar, viver e testemunhar o que a Igreja ensina. Devem demonstrar o maior carinho com os aidéticos, sem discriminá-los na comunidade. Condenar o pecado não impede amar os pecadores como Jesus Cristo nos ama.

Autor: D. Eduardo Koaik (bispo de Piracicaba-SP)

Fonte: Lista "Reflexões"

Transmissão: Antonio Xisto Arruda

O sexo no plano de Deus


O livro do Gênesis assegura que ao criar todas as coisas Deus "viu que tudo era bom" (Gn 1,25). Portanto, tudo o que Deus fez é belo.

O mal, muitas vezes, consiste no uso mau das coisas boas. Por exemplo, uma faca é uma coisa boa; sem ela a cozinheira não faz o seu trabalho. Mas, se um criminoso usar a faca para tirar a vida de alguém, nem por isso a faca se torna má. Não. O mal é o uso errado que se fez dela.

Da mesma forma o sexo é algo criado por Deus e maravilhoso. É por ele que a criança inocente vem ao mundo.

Como Deus deu ao casal humano, a missão de gerar os filhos, "crescei e multiplicai" (Gen 1,28), providenciou o sexo como instrumento de procriação. E mais, para fortalecer a união e o amor do casal, fez do sexo também o meio mais profundo da "manifestação" do amor conjugal. Podemos dizer que o ato sexual é a "celebração do amor", como que a "liturgia do amor conjugal". E é no ápice desta celebração do amor, que o filho é concebido. Isto é, ele não é somente a carne e o sangue do casal, mas principalmente, o fruto do seu amor. É por isso que a vida sexual de um casal que não se ama de verdade, nunca é harmoniosa.

O sexo é manifestação do amor. Sem este, ele fica vazio, desvirtuado e perigoso como aquela faca na mão do assassino. Faz muitas vítimas... O que é a prostituição, senão o sexo sem amor? É apenas um ato de prazer, comprado, com dinheiro ou outros meios.

No plano de Deus a vida sexual só tem lugar no casamento. São Paulo há dois mil anos já ensinava aos coríntios:

"A mulher não pode dispor do seu corpo: ele pertence ao seu marido. E também o marido não pode dispor do seu corpo: ele pertence à sua esposa" (1 Cor 7,4).

O Apóstolo não diz que o corpo da namorada pertence ao namorado, e nem que o corpo da noiva pertence ao noivo. A união sexual só tem sentido no casamento, porque só ali existe um "comprometimento" de vida conjugal, vida a dois, onde cada um assumiu um compromisso de fidelidade com o outro. Cada um é "responsável pelo outro" até a morte, em todas as cirscunstâncias fáceis e difíceis da vida. Sem este "compromisso de vida" o ato sexual não tem sentido, e se torna perigoso.

As consequências do sexo vivido fora do casamento são terríveis: mães e pais solteiros; filhos abandonados, ou criados pelos avós, ou em orfanatos. Muitos desses se tornam os "trombadinhas" e deliqüentes que cada vez mais enchem as nossas ruas, buscando nas drogas e no crime a compensação de suas dores. Quantos abortos são cometidos porque busca-se apenas egoísticamente o prazer do sexo, e depois elimina-se o fruto, a criança! Só no Brasil são 4 milhões por ano. Quatro milhões de crianças assassinadas pelos próprios pais!

As doenças venéreas são outro flagelo do sexo fora do casamento. Ainda hoje convivemos com os horrores da sífilis, blenorragia, cancro, sem falar do flagelo moderno da AIDS. O remédio contra a AIDS é a vivência sexual apenas no casamento; e não, como se propõe, irresponsavelmente, o uso de "camisinhas", ao invés de se eliminar o vício pela raiz.

É urgente que os cristãos, pais, professores e educadores, tenhamos a coragem de ensinar novamente a castidade aos jovens.Um jovem que se mantém casto até o casamento, além de tudo, prepara a sua vontade e exercita seu autodomínio para ser fiel ao seu cônjuge no casamento. É preciso mostrar urgentemente aos jovens os valores da castidade, tanto em pensamentos como em atos. A televisão e os filmes pornográficos de vídeos, as revistas eróticas abundantes e asquerosas, injetam pólvora no sangue de nossos filhos, fazendo-os escravos do sexo. E por causa disso estamos vendo meninas de 13, 14 anos, grávidas, sem o menor preparo e maturidade para serem mães.

Temos que acordar. Temos que ter a coragem de oferecer aos jovens a opção da pureza que Jesus nos legou:

"Bem-aventurados os puros de coração porque verão a Deus" (Mt 5,8).

Neste assunto Cristo foi exigente e não deixou margens a dúvida:

"Todo aquele que olhar para um mulher com desejo de cobiça, já adulterou com ela em seu coração" (Mt 5,27).


Conheça o livro: A Vida sexual no casamento - Prof. Felipe Aquino

Porque um católico não pode ser maçom? (Video)


Ao longo de sua história a Igreja Católica condenou e desaconselhou seus fiéis à pertença a associações que se declaravam atéias e contra a religião, ou que poderiam colocar em perigo a fé. Entre essas associações encontra-se a maçonaria. Atualmente, a legislação se rege pelo Código de Direito Canônico promulgado pelo Papa João Paulo II em 25 de janeiro de 1983, que em seu cânon 1374, afirma: "Quem ingressa em uma associação que maquina contra a Igreja deve ser castigado com uma pena justa; quem promove ou dirige essa associação deve ser castigado com entredito"


Esta nova redação, entretanto, apresenta duas novidades em relação ao Código de 1917: a pena não é automática e não é mencionado expressamente a maçonaria como associação que conspire contra a Igreja. Prevendo possíveis confusões, um dia antes de entrar em vigor a nova lei eclesiástica no ano de 1983, foi publicada uma declaração assinada pelo Cardeal Joseph Ratzinger, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. Nela se apresenta que o critério da Igreja não sofreu variação em relação às anteriores declarações, e a nominação expressa da maçonaria foi omitida para assim incluir outras associações. É indicado, juntamente, que os princípios da maçonaria seguem sendo incompatíveis com a doutrina da Igreja, e que os fiéis que pertençam a associações maçônicas não podem ter aceder à Sagrada Comunhão.