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sábado, 30 de outubro de 2010

O Dom da Profecia

“E profetizarão os vossos filhos e as vossas filhas” (At 2,17).

“Aspirai aos dons espirituais, particularmente ao da profecia” (1Cor 14,1).

A profecia é uma mensagem do céu. Mensagem de alegria, de esclarecimento, exortação, encorajamento e esperança. É como um raio de sol que se estende sobre um mundo cinzento ou como uma chuva benéfica que banha a terra árida.

É Jesus que nos quer falar por meio do Espírito. Ele nos quer falar do amor do Pai e dizer-nos que Ele mesmo está vivo e presente, pronto a cuidar de cada um de nós. “Terei ainda muitas coisas a dizer-vos, mas por agora não estais em condições de as compreender. Quando Ele vier, o Espírito da Verdade, guiar-vos-á por toda a verdade. É que não vos falará por si mesmo, mas dirá tudo o que ouve e vos anunciará as coisas vindouras” (Jo 16,12).

Jesus se serve de homens (nem sempre perfeitos, pois é a mensagem que interessa, não o transmissor) para transmitir-nos o que ele tem a dizer. Profetizar, portanto, é falar em nome de Deus. Profecia é uma mensagem especial do Senhor dirigida a uma comunidade ou a um indivíduo, mediante a inspiração direta do Espírito Santo.

Em sentido amplo, todo aquele que nos fala a respeito de Deus, pode ser chamado de profeta. Aqui, porém, falamos da profecia num sentido restrito, como mensagem especial de Jesus, na qual se faz presente a inspiração do Espírito Santo. Trata-se, na verdade, de uma mensagem limitada, quer no conteúdo, quer pelo número de pessoas às quais se destina. E mais: trata-se de uma comunicação de caráter privado, íntimo, pessoal.

Em geral, a profecia pode ser observada durante os encontros de oração. A certo momento, alguém sente a necessidade de dizer qualquer coisa. Ele não formula seus pensamentos, mas as palavras vêm-lhe aos lábios uma após outra. Ele começa a falar na primeira pessoa, de modo seguro e firme, sem qualquer sinal de medo ou hesitação. O fato, as vezes, acontece justamente com uma pessoa que jamais teve coragem de dizer alguma coisa em público. O timbre de voz é sempre o mesmo; varia, porém, a entonação, a ponto de diversificar-se bastante do caráter da pessoa.

Vez por outra, naturalmente, as profecias podem também conter previsões sobre o futuro de uma pessoa ou comunidade, mas o escopo é sempre o mesmo: dar coragem, confiança, esperança e consolo.

As profecias nunca transmitem ordens ou imposições, mas sim, exortações. Mesmo na hipótese de conterem certo caráter corretivo, elas são feitas em palavras que dão conforto e segurança e jamais em termos que levem à depressão ou à humilhação.

Referindo-se a eventos futuros, elas se limitam a desvendar o que deverá acontecer, sem ditar normas de vida para o momento em que as predições se tornarem realidade. O profeta Ágabo, por exemplo, predisse que Paulo seria amarrado e torturado em Jerusalém, mas não lhe disse de suspender a viagem (At 21,10-11).

Autenticidade da profecia

O Apóstolo nos adverte, dizendo: “Não extingais o Espírito, não desprezeis as profecias; mas examinai tudo, retendo o que é bom” (1Ts 5,19-21).

A verdade sempre confina com o erro e, até ao lado de uma profecia autêntica, pode existir uma profecia falsa.

A profecia autêntica deve visar a glória de Deus e brotar da exuberância do amor de Deus. De fato, tratando-se de um dom genuíno do Espírito Santo, a profecia não pode ter outro escopo, senão a glorificação de Cristo e a edificação de seu corpo místico. Vista sob este ângulo a profecia, dom do Espírito Santo, distingue-se, portanto, nitidamente das predições dos magos, dos astrólogos, dos adivinhos, dos espíritas, dos feiticeiros. Para tais pessoas a profecia não é um dom do Espírito com o fito de glorificar o Senhor, mas uma ocupação, um meio de ganhar a vida.

O conteúdo da mensagem ou da profecia, em geral, deve concordar com os ensinamentos da Sagrada Escritura e da Igreja. Caso contrário, a falsidade estaria em evidência. O Espírito Santo não pode contradizer-se a si mesmo.

Os escopos da profecia já foram relatados pelo apóstolo Paulo: “o profeta fala aos homens e diz coisas para edificação, exortação e consolação” (1Cor 14,3).

Finalmente, a profecia tem o escopo de persuadir a qualquer um que Deus está realmente no meio de nós. “Se estiverem todos profetizando e entrar algum infiel ou simplesmente catecúmeno, esse sente-se convencido e julgado por todos, torna-se manifestos os segredos do seu coração e, prostrando-se com a face por terra, adorará a Deus, proclamando que Deus está realmente no meio de vós” (1Cor 14,24-25).

Fonte: O despertar dos carismas

S.Falvo

Irmã Suzana do Coração Agonizante de Jesus, PJC

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